"Plano americano-sionista". Líder supremo do Irão culpa EUA e Israel pela queda do regime sírio
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, acredita que a queda do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, foi resultado de um plano levado a cabo pelos Estados Unidos e Israel. "Não há dúvida de que os acontecimentos na Síria são o produto de um plano conjunto americano-sionista", garantiu.
O líder vincou que esse "governo vizinho" teve "um papel claro, e continua a tê-lo", numa aparente referência à Turquia, que tem apoiado os rebeldes opositores do regime de Assad.
Khamenei afirmou que Washington e Telavive são os "principais conspiradores" da deposição do chefe de Estado sírio.
A Turquia, membro da NATO, controla vastas áreas no norte da Síria e tem sido um dos principais apoiantes dos grupos da oposição que pretendem derrubar Assad desde o início da guerra civil, em 2011.
O Irão, por outro lado, gastou milhares de milhões de dólares a apoiar Assad durante a guerra e enviou os Guardas Revolucionários para a Síria para manter o seu aliado no poder.
Poucas horas depois da fuga de Bashar al-Assad da Síria, Teerão disse esperar que as relações com Damasco continuem com base na "abordagem sensata e perspicaz" dos dois países, apelando ao estabelecimento de um governo inclusivo que represente todos os segmentos da sociedade síria.
Duro golpe para o "Eixo da Resistência"
A queda de Assad é vista pelos analistas como um duro golpe para a aliança política e militar do "Eixo da Resistência", liderada pelo Irão, que se opõe à influência de Israel e dos Estados Unidos no Médio Oriente.No seu discurso esta quarta-feira, Ali Khamenei frisou que essa aliança irá ganhar força em toda a região. "Quanto mais pressão se exerce, mais forte se torna a resistência", declarou.
"Quanto mais crimes cometerem, mais determinada ela se torna. Quanto mais se luta contra ela, mais ela se expande", insistiu o líder supremo. "O Irão é forte e poderoso - e tornar-se-á ainda mais forte".
As declarações surgem depois de, no último fim de semana, os rebeldes sírios terem tomado o controlo de várias cidades do país, incluindo a capital, Damasco. Os eventos levaram à fuga do presidente Bashar al-Assad, que terá recebido asilo em Moscovo.
Desde então, os rebeldes têm libertado dezenas de milhares de prisioneiros do regime da família Assad e denunciado situações de tortura nas prisões ao longo dos últimos anos.
Na terça-feira, o novo primeiro-ministro responsável pela transição na Síria, Mohammad al-Bashir, prometeu "estabilidade" e "calma" ao povo, desgastado por mais de uma década de guerra civil.
c/ agências
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